Nas duas histórias colocamos em questão as práticas pedagógicas e o padrão de ensino brasileiro.
Não tenho como ler esses textos e não pensar no importante livro Vigiar e Punir de Michel Foucault.
Quando falamos em gaiolas e vidros estamos utilizando metáforas para o aprisionamento.
Aprisionamento este que visualizo nas gaiolas, no sentido físico das estruturas da escola, da contenção dos alunos em ambientes fechados, sentados por horas, quase que com uma pitada de tortura como forma de dominação do aluno.
Além disso, temos os vidros, ou potes, que me parecem remeter a manutenção da disciplina e ao método de ensino, ao querer homogeneizar uma sala de aula com 30/40 alunos para que eles se encaixem nos padrões da escola e do professor, ignorando os conhecimentos que trazem de seus mais variados mundos através de suas vivências, valorizando a quietude e a não autenticidade dos mesmos, tornando-os passivos. Talvez, mais do que o conteúdo, essa seja a função de anos maçantes de escolas primitivas, que é de pré-formatar indíviduos para a domesticação das exigências do mercado.
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Quais os impactos na questão de gênero e inclusão social na prática docente?
Inclusão: Desafios e Possibilidades no cotidiano docente
A palestrante fez um paralelo com o conto "A tecelã" em sua apresentação, o que foi muito proveitoso para nos fazer perceber que o aprender também pode ser conseguido quando "des-tecemos" ou seja, desfazemos idéias pré concebidas que insistem em perdurar em nossa sociedade. Ao desejar tantas coisas que são sonhos de outros, ideais do que é bom, receitas prontas para a felicidade, a tecelã foi infeliz. Graças ao seu poder mágico ela pôde desfazer tudo e recomeçar.
A prática docente tem esse poder, mas que não sendo mágico, requer persistência para quebrar paradigmas e enfrentar preconceitos.

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Na aula do dia 19/10 foram levantados conceitos importantes encontrados no livro “Pedagogia da Autonomia” de Paulo Freire e enquanto uma aluna anotava no quadro, refletíamos sobre eles.
Os listo:
1 - Identificação e respeito a realidade sócio-cultural do aluno, garantindo uma formação contextualizada.
2 - O ensino é um processo de construção de conhecimento. A construção de conhecimento é um processo de mediação entre sujeitos.
3 - Prática docente é uma ação política, crítica e reflexiva.
4 - Educar deve-se ancorar na inconclusão humana e por isso, aprender torna-se possibilidade plena.
5 - O processo de ensino e aprendizagem é uma via de mão dupla: Quando se ensina, aprende/ Quando se aprende, ensina.
6 - O ensinar exige competências, conhecimentos e habilidades relacionadas à pesquisa.
Após esse momento, os alunos foram divididos em duplas para relatar uma situação prática vivenciada em sala de aula. Foram diversos os exemplos, muito bem relacionados com o livro. Formei minha dupla com o Igor, e ele relatou uma experiência dele no PIBID onde a professora, assim como descrito no item 1 da lista acima, identificou uma realidade sócio-cultural do aluno e a utilizou como forma de contextualizar o conteúdo teórico. Infelizmente não pude contribuir com exemplo pessoal pois não tenho nenhuma atividade de estágio ainda.
Um conjunto de considerações imprescindíveis! Muito bem!!!
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