PLANO DE AULA: Grupo 3
Professores: Elayne Christine, Henrique Ken Sawaguchi, Júlio César da
Silvia, Igor Salles, Larissa Carvalho e Paola T. Colósimo.
Professora tutora: Rita Stano.
Instituição: Universidade Federal de Itajubá – Campus Itajubá.
Disciplina: Didática.
Tema: Unidade 2 – Ensinar e Aprender.
Assunto: Procedimentos Didáticos.
Carga-horária/ Duração: 15 minutos.
Objetivos:
Trabalhar
com os alunos a compreensão de alguns procedimentos didáticos e apresentando-os
as vantagens e desvantagens de cada procedimento.
Conteúdo
Simplificado:
- Procedimentos didáticos.
- Atividades de Campo.
- Narrativas.
- Ensino por Problemas.
Conteúdo
Detalhado:
É provado que uma aula dinâmica produz resultados mais significativos
(positivos) do que uma aula formal. Porém, o professor precisa dispor de
conhecimentos específicos e de práticas e habilidades pedagógicas, que podem
ser obtidas e aperfeiçoadas mediante leituras e cursos específicos, para poder
aperfeiçoar e dinamizar sua aula.
As práticas pedagógicas que provém de uma relação entre o professor e
aluno são denominadas de procedimentos didáticos. Acredita-se que esses novos
procedimentos possam atuar como facilitadores do processo de aprendizagem, pois
auxiliam o aluno a compreender os conceitos abordados na sala de aula.
Diante deste cenário, é necessário compreender a importância dos
processos didáticos, sejam os tradicionais ou os inovadores, e suas contribuições
para a melhoria do ensino.
Com o objetivo de se demonstrar a aplicação da teoria na prática e
provar que as estratégias de ação educativa vão além do confronto das teorias
pedagógicas, foram escolhidos três procedimentos didáticos: as atividades de
campo, as narrativas e o ensino por problemas.
Educação não-formal - Atividades de campo
A educação não-formal é aquela em que se aprende via processos de
compartilhamento de experiências, principalmente em espaços e ações coletivas
cotidianas carregadas de valores e culturas próprias; o grande educador é o
“outro”, aquele com quem interagimos ou nos integramos; os espaços educativos
localizam-se em territórios que acompanham as trajetórias de vida dos grupos e
indivíduos, ou seja, fora das escolas, em locais informais, locais onde há
processos interativos intencionais, guiado à luz das diretrizes de dados grupos.
Além disso, a educação não-formal socializa os indivíduos, desenvolve hábitos,
atitudes, comportamentos, modos de pensar e de se expressar no uso da
linguagem, segundo valores e crenças da comunidade. Sua finalidade é abrir
janelas de conhecimento sobre o mundo que circunda os indivíduos e suas
relações sociais. Seus objetivos não são dados a priori, eles se constroem no
processo interativo, gerando um processo educativo.
São diversas as alternativas ambientais da educação não-formal. Para o
ensino das Ciências faz-se uso comumente das atividades de campo, que por
definição são aquelas atividades que envolvem o deslocamento dos alunos para um
ambiente alheio aos espaços de estudo contidos na escola, substituindo a sala
de aula por outro ambiente, natural ou não, onde existam condições para estudar
as relações entre os seres vivos ali presentes, incluindo a interação do homem
nesse espaço explorando aspectos naturais, sociais, históricos, culturais,
entre outros. Pode ocorrer em um jardim, uma praça, um museu, uma indústria,
uma área de preservação, um bairro, incluindo desde saídas rápidas ao entorno
da escola até viagens que ocupam vários dias.
Este procedimento didático é uma importante estratégia para o ensino de
Ciências, pois permite explorar uma grande diversidade de conteúdos, motivam os
estudantes, possibilitam o contato direto com o ambiente e a melhor compreensão
dos fenômenos.
Para tanto, é imprescindível que as atividades de campo sejam bem
preparadas e adequadamente exploradas. Além disto, é importante que os
professores trabalhem juntos e explorem as atividades de campo de forma
interdisciplinar e multidisciplinar, permitindo superar entraves e torná-las
estratégias mais frequentes e melhor utilizadas na prática escolar.
Um exemplo do uso deste procedimento didático é a visita ao acervo
biológico, paleontológico e geológico do Museu Nacional do Rio de Janeiro,
ou a visita ao Jardim Botânico, que oferece ricas experiências em meio a
mata atlântica nativa e a advinda de reflorestamento, com a observação
detalhada da vegetação, das aves e animais.
As atividades de campo tem aprovação dos alunos que atestam que os
conteúdos são melhores assimilados, e que o convívio social, tanto com seus
colegas quanto com seus professores, torna-os mais estimulados. Os professores
também concordam que a educação não-formal é positiva para o processo de
aprendizagem e a multidisciplinaridade pode ser facilmente trabalhada.
Apesar disto, ainda se tem uma possível desvantagem ao utilizar esta
prática, uma vez que os alunos podem não reconhecer a atividade de campo como
local/período de aprendizagem, ter comportamentos marginais que indicariam a
dissolução das fronteiras e objetivos estabelecidos no espaço sala de aula.
Narrativas
As narrativas são tradicionalmente discutidas no âmbito dos estudos
literários, onde são distinguidos os seus tipos mais comuns e os elementos que
os compõem (o enredo, os personagens, o tempo, o espaço e o narrador). Porém,
os interesses pelo seu estudo se estendem por diversas áreas.
As potencialidades deste procedimento estão na capacidade de organização
do pensamento e na interpretação. A organização do pensamento ocorre através da
linearidade de ideias, da argumentação, da linguagem, e com princípios de
paradigmas. A interpretação da narrativa permite a exploração do imaginário sem
perder o conceito básico do método científico e as fórmulas do desenvolvimento
da interpretação por meios como matemática, física, química, entre outros.
O docente perante tais atividades com narrativas, deve desempenhar um
papel de narrador que demonstra dúvida, os pequenos detalhes que farão a
diferença na aventura do cientista e também deve instigar os leitores, no caso
os alunos, a entender e questionar certas atitudes, desenvolvendo assim um
pensamento científico quanto ao problema exposto na narrativa.
O uso deste procedimento didático ocorre, por exemplo, no ensino de
física, sob o qual, algumas versões da história de Arquimedes e a coroa do
Rei Hierão são utilizadas com o intuito de contextualizar e desempenhar uma
construção de imagens sobre a ciência e como ela é feita. Além disto, mostra
que o método científico pode ser demonstrado de uma forma diferenciada e fora
do processo comum.
Apesar de suas vantagens serem construtivas para o ensino e para a
aprendizagem do aluno, a narrativa é uma prática pedagógica que não surte
resultado por si só, deve ser acompanhada de outras metodologias para que
ocorra uma aprendizagem significativa.
Ensino por problemas
O ensino por problemas, conceituado como método de ensino que utiliza
questões e indagações para o processo de ensino-aprendizagem, é difuso no
ensino brasileiro em diversos níveis educacionais. Dentre as práticas que se
baseiam no ensino por problemas, cita-se 3 principais: A aprendizagem baseada
em problemas, do inglês Problem Based Learning (PBL), a Metodologia da
problematização (MP) e o Ensino desenvolvimental (ED). Apesar de apresentarem
características similares, como a intencionalidade de proporcionar uma
atividade e aprendizagem ativa do aluno através de problemas, estes
procedimentos didáticos apresentam aspectos específicos que os diferenciam
entre si.
A PBL tem como objetivo proporcionar ao aluno métodos que o auxiliem a
criar hábitos de estudos, a aprimorar o pensamento pelo método reflexivo,
melhorar o desempenho escolar e promover uma autonomia de aprendizagem
individual e colaborativa. Porém, se concentra em resolver problemas que sejam
relevantes ao exercício profissional do aluno e pode proporcionar falha ao se
limitar em uma aprendizagem que se desenvolva somente em volta das necessidades
requeridas pela situação problema, o principal papel do professor neste
procedimento didático é criar problemas e coordenar sua solução.
A MP, inicialmente ligada ao método do arco de Maguerez, mas depois
complementada por outros estudos, se associa a outras teorias como a
contextualização, a aprendizagem por descoberta de inspiração piagetiana e
interacionista vygotskyana, aprendizagem significativa de David Ausubel, dentre
outras. Seu principal objetivo é levar o estudante a tomar consciência de seu
mundo e agir intencionalmente para transformá-lo com vistas a uma sociedade
melhor, a partir da assimilação e compreensão de conteúdos explorados nos
problemas expostos.
Porém, devido a sua concepção eclética pode cair em falhas ao se prender
a aprendizagem do aluno somente em questões reais, ou que expressam a
realidade, e se tornar enfadonho se o professor não tiver criatividade para
explorar o arco de Maguerez, tornando-o neste caso enfadonho e problemático à
aprendizagem do aluno.
O ED, totalmente fundamentado na teoria histórico-cultural de Lev. S
Vygotsky, objetiva a formação/desenvolvimento de conceitos através da
compreensão do contexto histórico/teórico/científico de determinada
investigação, que parte de um todo para sua gênese, o que permite observar o
objeto de estudo sob vários pontos de vista. O problema, no ensino
desenvolvimental, é algo a ser investigado para que se descubra, mais do que a
sua solução (uma das diferenças deste método para a PBL e a MP), também sua
gênese, a origem do processo, ou do conceito, foco inovador deste procedimento
didático.
Um dos principais exemplos do uso do ensino por problemas,
principalmente nas vertentes de PBL e MP ocorre nas graduações de áreas
biológicas, em especial nas profissões como Medicina, Enfermagem, dentre
outras.
REFERÊNCIAS:
FREITAS, R.A.M. de. M. ENSINO POR PROBLEMAS: uma abordagem para o
desenvolvimento do aluno. Revista Educação e Pesquisa, São Paulo: (N.I),
v.38, n.2. 403 – 418 p. 2012.
RIBEIRO, R.M.L. ; MARTINS, I. O POTENCIAL DAS NARRATIVAS COMO RECURSO
PARA O ENSINO DE CIÊNCIAS: uma análise em livros didáticos de física. Revista
Ciência & Educação, (N.I.):(N.I.), v.13, n.3. 293-309 p. 2007
TONIAZZO, N.A. DIDÁTICA: A Teoria e a prática na educação. 2009.
p. 62 - 74. Disponível em:<www.famper.com.br/download/pdf/neoremi_06.pdf>
GOHN, M. da G. EDUCAÇÃO NÃO-FORMAL NA PEDAGOGIA SOCIAL. I
CONGRESSO INTERNACIONAL DE PEDAGOGIA SOCIAL, 1., 2006. Faculdade de Educação,
Universidade de São Paulo. Disponível em: http://goo.gl/1mWuGS
VIVEIRO, A.A.; DINIZ, R.E. da. S.
ATIVIDADES DE CAMPO NO ENSINO DAS CIÊNCIAS E NA EDUCAÇÃO AMBIENTAL: refletindo
sobre as potencialidades